Ser, ter ou manter? Eis a questão
Uma das frases mais célebres da literatura, “Ser ou não ser, eis a questão”, do jovem Hamlet de Shakespeare, traz um exemplo das questões existenciais típicas da juventude. Por volta dos 21 anos quase todos enfrentam a chamada crise da identidade, com a pergunta básica “Quem eu sou?”
Mas, se Shakespeare não tivesse dado um final trágico ao seu jovem personagem, e Hamlet tivesse chegado à idade madura, é provável que a pergunta mudasse para: “Ser, ter ou manter, eis a questão”.
Questionamento existencial típico dos 42 anos, na chamada crise da autenticidade, quando a individualidade ganha possibilidades para o desenvolvimento de sua alma. A rota do SER, com a busca pela espiritualidade, sabedoria e a razão de ser da vida. Ou a rota do MANTER, com o apego pelo estilo e ritmo de vida e sua manutenção a qualquer custo. E a rota do TER, com o endurecimento da alma pela idealização do passado e o apego a tudo que remete ao mundo material.
Na biografia humana, a idade de 42 anos é um ponto muito significativo, quando se completa a fase do desenvolvimento anímico e se entra num novo ciclo biográfico marcado pela possibilidade de busca da sabedoria a partir da espiritualização da alma.
Carlos Vilhena: Aconselhador Biográfico, Membro fundador e Coordenador da Trinus-Formação Biográfica do Rio de Janiero, da HumaneSer-Trabalhos Biográfico e do HOMA-Estudos Avançados.
