No livro Vivências Espirituais – Volume 2 , a Dra. Gudrun Burkhard dá continuidade à sua pesquisa, compartilhando depoimentos e relatos de experiências de leitores que se identificam com a filosofia antroposófica e mais especificamente com o tema abordado.
Como ela descreve no prefácio, sua proposta ao escrevê-lo foi a de despertar a pesquisa individual pela busca das vivências espirituais na biografia, para resgatar e recordar memórias de alguns eventos que ficaram totalmente esquecidos, mas que são essenciais para compreensão de quem somos e para que estamos aqui, nos preenchendo de alegria e gratidão, ao percebermos que por trás de toda existência terrena, finita e material, há uma essência cósmica, infinita e divina: “(…) A vida é uma grande composição musical cujo maestro nem sempre é você. Existe toda uma regência cósmica e esses regentes, as hierarquias celestes, interferem em sua vida em situações especiais, às vezes extremamente difíceis, mas para as quais você pode olhar com gratidão, se estiver desperto”
Então, ela discorre sobre os momentos da biografia em que é possível reconhecer as influências das forças espirituais que atuam no caminho de desenvolvimento de cada ser humano. Mas ressalta que para isso, é necessário que alcance a cognição espiritual, como é vista e compreendida na visão da Antroposofia, por meio do exercício contínuo do desenvolvimento dos órgãos de percepção suprassensível e das consciências imaginativa, inspirativa e intuitiva, na relação consigo mesmo, com o outro ser humano, com a natureza e o universo.
Para Rudolf Steiner, a antiga cognição espiritual da humanidade tinha um caráter onírico, uma vez que o ser humano enxergava imagens em que o mundo espiritual se revelava, por meio dos sonhos. Essa capacidade, porém, se perdeu na Idade Média, com o advento da época, chamada por ele, de “Alma da consciência”, quando o ser humano passou a desenvolvê-la, em liberdade, a partir das próprias forças interiores, despertas e conscientes, possibilitando-o perceber a realidade do mundo espiritual que o rodeia. De acordo com a citação, descrita no livro: “A tarefa de uma cognição espiritual é, em atitude de reflexão e por meio da vontade cognitiva, trazer ou aproximar a vivência da ideia do mundo espiritual (…)”.
Nesse sentido, cada um de nós, como ser da “Alma da consciência”, ao trilhar os passos do desenvolvimento individual que acontece paralelamente ao desenvolvimento da biografia da humanidade, pode discernir situações especiais em que o mundo espiritual “tocou” sua trajetória de vida, impulsionado o processo de amadurecimento e autodesenvolvimento. Ao observar com atenção os eventos e encontros da biografia, é que a verdade poderá ser revelada para quem a busca. Como toda pesquisa espiritual, existem aspectos muito sutis que só podem ser observados com as qualidades da imaginação, inspiração e intuição, propostas pela Antroposofia. Isso geralmente acontece como um “sopro” e cada ser humano, em busca do autoconhecimento e autodesenvolvimento, necessita estar atento para perceber os sinais.
Nesse sentido, a Dra. Gudrun dá dicas de momentos específicos da biografia que são fundamentais na condução da pesquisa: o portal do nascimento, o portal da morte, algumas idades e fases biográficas como órgãos de percepção e suas relações com os ritmos planetários, inclusive as fases após os 63 anos, os nodos lunares, o quinto, o nono e o décimo segundo ano de vida, o retorno de saturno aos 28/29 anos, a fase “crística” entre 30 e 33 anos, etc., são alguns exemplos presentes no livro.
Então, descreve lindamente a correspondência do desenvolvimento da biografia humana com as esferas planetárias e as hierarquias celestes correspondentes. Inclusive, quando o ser humano pode ter vivenciado a sensação de morte e renascimento, chamado no livro como “O chamado de Cristiano Rosa Cruz”, para despertar o sentido da sua existência.
Tais eventos biográficos, chamados de “Vivências de limiar’, são transformadores e orientadores para uma vida mais autêntica e plena no futuro e ocorrem por meio de uma crise cármica, trazendo a percepção de que a vida lhe foi novamente doada, para que, com veneração, torne-se consciente da ajuda sempre presente do mundo espiritual na realização do propósito e missão terrena de vida.
Rudolf Steiner sugeriu alguns exercícios sobre como desenvolver a percepção do mundo etérico vital e da realidade suprassensível ao nosso redor, para que possamos reconhecer a existência de seres espirituais que geram “Todo mundo da criação”. São eles, os Espíritos da Revolução dos Tempos, as Hierarquias Celestes, os seres ligados às forças da natureza ou Seres Elementais, o Espírito do Planeta, o Guardião do Limiar, Anjo da Guarda, etc. Mas, igualmente, todos “anjos” que, sincronicamente, encontramos ao longo da vida na terra, que contribuíram para o desenvolvimento da nossa humanidade, seja pela dor ou pelo amor. Para quem tiver interesse em trilhar esse caminho meditativo, a Dra. Gudrun os descreve bem no livro.
Dessa forma, conscientes da nossa natureza tanto terrena quanto divina, escolhemos, em liberdade, com amor e gratidão, nos vincular à verdadeira tarefa humana e nos responsabilizar pela evolução do planeta e de todos os reinos da natureza nela inseridos.
Entre o adormecer e o acordar, entre sonho, sono e vigília, o ser humano pode encontrar
a ponte entre esses dois mundos, entendendo que é por meio da íntima, atenta e amorosa
observação do mundo físico das aparências que sua essência poderá ser revelada.
Daniella Liu é terapeuta artística e aconselhadora biográfica, formada em arquitetura com especialização em história da arte. Atende em consultório particular, em São Paulo e Rio de Janeiro, e de forma virtual. É idealizadora de programas de desenvolvimento humano, associado à arte.
E atualmente participa de um programa multidisciplinar de educação e saúde na Associação Comunitária Monte Azul.
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