Tomar a Vida nas Próprias Mãos
“Tomar a Vida nas Próprias Mãos” é um livro da Gudrun Burkhard. O título deste livro traz em si a síntese do trabalho biográfico com base na Antroposofia, além de ser um convite ao autoconhecimento e ao autodesenvolvimento.
Então a vida pode não ser “guiada” pelo próprio indivíduo? Esta é uma pergunta que já aguça a vontade de leitura desta obra prima da autora e que, com certeza, é um livro onde ela descreve com riqueza de detalhes e exemplos o caminho da jornada biográfica a partir de sua experiência.
A contracapa do livro traz a proposta dele: “Desvendar as leis do desenvolvimento biográfico, não apenas no sentido do autoconhecimento individual, mas também como ajuda para a compreensão da vida de outras pessoas, situar nossas biografias no contexto dos processos sociais é, ao mesmo tempo, uma conscientização e um passo para realizações futuras”. Desta forma, pode-se perceber em sua proposta o vanguardismo explícito de sua autora, pioneira na criação de uma metodologia pertinente e pertencente ao Brasil, mas inspirada em seus mestres antecessores Rudolf Steiner, Ita Wegman, Norbert Glas e Bernard Lievegod. A primeira publicação foi em 1992 na Alemanha, traduzido em várias línguas e reelaborado para publicação em português no ano 2000.
Considera-se ímpar o livro Tomar a vida nas próprias mãos o livro para quem deseja se tornar um Aconselhador Biográfico, mas este livro também é de leitura acessível a qualquer pessoa que tenha interesse genuíno pelo ser humano e pela compreensão do propósito de cada biografia. A autora cita Friedrich Rückert, logo no início, na parte dos agradecimentos e que contempla este anseio tão intrínseco ao indivíduo: “Em cada um vive uma imagem daquele que deve vir a ser. Enquanto ele não a realiza, não alcança a paz”.
Desta forma, a referida obra é um verdadeiro convite, do início ao fim, para um mergulho na própria história de vida onde se encontra a resposta para todas as perguntas e também a possibilidade de autoconsciência e de “tomar o destino nas próprias mãos” como Gudrun escreve.
No capítulo I encontra-se um panorama da biografia humana e nos capítulos II, III e IV adentra-se nos detalhes das grandes fases de: 0 a 21 anos; 21 a 42 anos; 42 a 63 anos. Nos capítulos posteriores são mais específicos tratando-se dos contos de fadas na biografia, os espelhamentos, os ritmos, sobre os tempos presente e futuro no trabalho biográfico – explicitando a metodologia desenvolvida. Tudo isto com exemplos práticos riquíssimos.
E ao final, o leitor é presenteado com a biografia da própria autora. Há uma pergunta instigante no início do livro, mas que poderia também estar no final do mesmo porque ela pode ser a motivação para esta leitura e também para a realização do processo biográfico após a leitura, considerando que “cada um traz dentro de si uma questão biográfica”. A pergunta é: “Querido leitor, você sabe qual é a sua pergunta?”
Cinthia Maria Gomes e Silva
Aconselhadora Biográfica e Psicóloga
