Gosto das sincronicidades da vida, gosto dos encontros da Antroposofia. Posso dizer que esse congresso, para mim, foi composto por uma série de sincronicidades e encontros.
Peter Selg, a meu ver, é um dos principais antropósofos contemporâneos. Gosto da forma como ele pensa, fala e escreve. Achei muito pertinente a fala dele sobre a importância do encontro na prática da medicina e das terapias antroposóficas: sem encontro não há possibilidade de cura e esse encontro se dá entre Seres Humanos. Ou seja: precisamos saber o que é Ser Humano e nos encaminharmos cada vez mais nesse sentido, a fim de atuarmos verdadeiramente nessa direção. E, para além disso, precisamos ter em mente que cada grupo tem uma tarefa de cura.
Qual é a tarefa do Aconselhador nesse processo?
Em primeiro lugar, precisamos desenvolver uma nova compreensão do que é Ser Humano: um Ser Espiritual pertencente à 10ª hierarquia, um ser divino vivendo uma experiência terrestre. Olhar sob essa perspectiva, faz toda a diferença! Nos faz perceber o quanto cada Ser Humano é sagrado independentemente de como ele se apresenta ou do quanto pode ser difícil ou desafiador.
Quando percebemos que todo Ser Humano é um Ser Espiritual, nos damos conta da importância de cada um de nós e do cumprimento do nosso destino: assim como cada Ser Humano é único, cada destino é individual e intransferível.
Desse modo, ser quem verdadeiramente somos é mais que importante, é fundamental. O mundo precisa de cada um de nós, precisa que exerçamos com amor e coragem nossos destinos como forma de contribuição a um desenvolvimento muito maior: o desenvolvimento não só da humanidade como um todo, como o das demais hierarquias espirituais! Isso é muito potente! Muito grandioso!
Entretanto, estamos todos muito adoecidos, pois nos afastamos dessa consciência e, consequentemente, da nossa potência. Para recobrá-las precisamos não só de muito amor e coragem, mas de ajuda para desenvolvermos nossa autoconsciência e autopercepção. E é aí que o Aconselhamento Biográfico entra!
Quando um indivíduo tem a possibilidade de passar por esse processo, ele pode se relacionar com seu passado, ressignificá-lo e, de certa forma, curá-lo. Ao promovermos essa mudança, somos capazes de nos relacionar de maneira diferente com o presente e construir um futuro melhor. Ou seja: fazer um Aconselhamento Biográfico transforma não só essa vida que estamos vivendo, não só a vida das pessoas que estão no nosso entorno, como nos possibilita partir de um lugar melhor para a construção de uma nova vida! Assim, a cura nessa vida favorece a próxima, no sentido de que essa vida é o passado da próxima e, quanto melhor prepararmos o passado, melhor será nosso futuro. Não precisamos fazer coisas grandiosas o tempo todo, só precisamos ter a coragem de fazer o que precisa ser feito, com amor e alegria.
A partir do momento que há um encontro verdadeiro entre Aconselhador e Paciente, há a possibilidade de cura. Mesmo porque, ela se dá justamente nesse encontro corajoso com o outro em que percebo coisas minhas e o ajudo a perceber coisas suas. Possibilidades de transformação surgem, possibilidades de viver a vida como se quer também, afinal, uma vida não vivida pode adoecer. Muita gente acha que a vida tem um script que precisa ser seguido, mas o papel do Aconselhador é justamente questionar esse script: sendo você um ser divino único, com uma missão única, como você quer viver a sua vida? Não há um jeito certo de viver a vida, há o seu jeito de viver a sua vida! Essa pergunta, ao mesmo tempo, elucida e liberta! Ao abrir espaço para perguntas como essa, o paciente se fortalece internamente e corre menos risco de se perder externamente.
Enquanto aconselhadores precisamos ter a profunda consciência de que somos muito livres, que devemos ser corajosos e amorosos, sempre com muita consciência e responsabilidade! Não tem problema errar, quando estamos atentos e conscientes, somos capazes de aprender com nossos erros e aproveitar todas as oportunidades para fazermos melhor, para nos curarmos no presente e no futuro!
É um chamado e tanto, mas traz uma alegria danada e dá um orgulho bom trabalhar todos os dias, em favor dessa causa maior.
Amanda Rocha é paulista, com alma paulistana e coração mineiro. Psicóloga de formação pela PUC-SP, psicopedagoga pela UEMG, trabalhou como professora Waldorf – ajudando a fundar e sendo tutora da primeira turma de Ensino Médio de MInas Gerais – formou-se em Educação Terapêutica e ajudou a criar o PDIP (Plano de Desenvolvimento Individual Pedagógico). Atualmente trabalha como Aconselhadora Biográfica online (@pontosdevirada), dando cursos de formação e capacitação em Antroposofia.
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