RESENHA DO LIVRO: O IMPULSO BIOGRÁFICO E SUAS ORIGENS NA ARTEMÍSIA
EDIÇÃO COMEMORATIVA DOS 21 ANOS DA FORMAÇÃO BIOGRÁFICA
COMPILAÇÃO E ORGANIZAÇÃO: GUDRUN BURKHARD
EDITORA ANTROPOSÓFICA 2014
Para que possamos compreender o objetivo desta obra, organizada e compilada por Gudrun Burkhard, é importante olharmos para o contexto da época de sua criação. O presente livro foi escrito por ocasião das comemorações dos 21 anos da Formação Biográfica no Brasil, portanto, lançado em 2014. Ele já vinha sendo preparado desde 2013, com o objetivo de contar a história do movimento biográfico no Brasil, através de uma compilação de textos de pessoas que foram escolhidas pela Dra. Gudrun. Estas pessoas tinham uma íntima ligação com a Artemísia, pois os autores dos diversos capítulos trabalharam, acompanharam como apoiadores ou foram clientes da Artemísia.
As pessoas em questão são: Gudrun Burkhard, Daniel Burkhard, Rosa Prado, Hércules Randazzo, Ronaldo Perlatto, Elfi Gueths, Maria Cecília Guedes, Edna Andrade, Betty Feffer, Candelária Albero, Bernard Walzberg, Mercedes Gamba, Márcia Della Negra, Rosa Angela Schoenmaker, Angélica Justo, Amparo del Moral e Mechthild Vargas.
A narrativa tem início com o relato que Gudrun e Daniel fazem do encontro entre eles dois. Um encontro que os uniria como parceiros, na vida afetiva e permitiria o nascimento de um novo espaço, Artemísia e um novo impulso, o trabalho com a Biografia Humana.
Gudrun narra a história da Artemísia, tanto do ponto de vista exotérico, “A história externa da Artemísia” e esotérico, “A origem do impulso espiritual e do nome Artemísia”.
A história da Artemísia vai sendo descrita através dos depoimentos dos que atuaram profissionalmente, como Elfi Gueths, que foi responsável pela alimentação desde setembro de 1990 até 1999. Elfi nos conduz pelos caminhos que a levaram ao seu interesse pela alimentação. Da recepção da Clínica Tobias, ao Center for Social Development, até chegar a Artemísia e aos 4 volumes do livro “Novos caminhos de alimentação” de Gudrun, livros de cabeceira.
Ronaldo Perlatto, conta-nos como se vinculou a Antroposofia, ainda durante sua formação médica em Juiz de Fora. “Durante a Formação Biográfica foi convidado a ser o médico que acompanharia os clientes da Artemísia que participavam da semana de biográfico e revitalização”. Ronaldo conduziu esse trabalho até 2004.
Rosa Prado, nos conduz através da explicação de como era o processo de revitalização e as comemorações das festas do Ano na Artemísia. Processos dos quais ela participou intensamente.
Hércules Randazzo, escreve sobre o processo de desintoxicação. Sempre foi um entusiasta desse processo e atribui a si mesmo o título “do cliente que mais se submeteu ao processo, incluindo-se nisso o banho intestinal”. Sua relação com a Artemísia teve início em 1990 devido a uma crise existencial. Hércules narra como seu vínculo com a Artemisia foi crescendo ao longo dos anos, passou de cliente a colaborador ajudando financeiramente pessoas que poderiam se beneficiar com os tratamentos. Passou a integrar o Conselho da Artemísia, onde permaneceu até o encerramento das atividades.
Gudrun, em artigo complementar, nos explica o processo de desintoxicação. Objetivo, duração, processo, metodologia, resultados e a quem se aplica.
Maria Célia Guedes, em seu relato biográfico, pleno de belas lembranças, narra seu caminho dentro da Antroposofia, que tem início em 1980, um ponto de mudança. O encontro com Gudrun e a amizade que foi se desenvolvendo entre ambas, permitiu momentos de muita riqueza e proximidade. Atuou como terapeuta na Artemísia desde o início dos grupos biográficos.
Os próximos artigos trazem depoimentos de clientes que participaram dos primeiros Biográficos, caso de Betty Feffer e Candelária Albero.
Bernhard Walzberg, inicia seu relato em 1987. Em um curso coordenado por Coen van Houten, “um reencontro com a visão orgânica da organização e de sua dinâmica ampliada pela Antroposofia foi a oportunidade de reunir empresários e executivos para um workshop”, na Artemísia. A partir de então os cursos ministrados pelos consultores da ADIGO, passaram a ocorrer na Artemísia.
Os relatos seguintes falam sobre a criação da Formação Biográfica, no Brasil. Gudrun relata como essa formação teve início na Europa “em 1989, com o apoio da Seção Médica do Goetheanum e da Lukas Klinik, ambos na Suíça”. A partir desse primeiro impulso a Formação se expandiu para a Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia, Inglaterra e Estados Unidos.
Em 1993 a pergunta formulada por Jayme Kahan, dá o impulso para o início da Formação no Brasil. O interesse foi tão grande que em 1993 tivemos a primeira turma e 6 meses após em 1994 a segunda. Foi o início do que seria no futuro a ELEB-SP, Escola Livre de Estudos Biográficos de São Paulo.
Edna Andrade, relata sua perspectiva de longos anos dedicados a coordenação e posteriormente a Administração da Artemísia. Os grupos de Formação se mantiveram neste local de 1993 a 2008, quando houve o encerramento das atividades da Artemisia.
Foram 15 anos em que 10 grupos e por volta de 250 pessoas tiveram a oportunidade de conhecer, viver e se descobrir através do sentido da própria biografia, acolhidos pelo ser espiritual que habitava na Artemísia.
Márcia Della Negra relata que ao chegar na Artemísia, participando do segundo grupo de Formação, sentiu que havia encontrado a sua casa espiritual.
O encerramento das atividades foi doloroso para todos os que um dia puderam estar lá, mas o impulso que lhe deu origem se mantém vivo no coração de pelo menos 10 mil pessoas que passaram por lá.
Edna Andrade, Terapeuta Artística, Massagista Rítmica e Aconselhadora Biográfica e Mercedes Gamba, Psicóloga e Aconselhadora Biográfica foram administradoras da Artemísia.
Edna chegou a Artemísia pelo interesse pelo Trabalho Biográficos, Gudrun faz um relato dessa caminhada. Mercedes, através do encontro com a Antroposofia, se vincula a Artemísia.
Mercedes e Edna foram docentes na Formação Biográfica. Mercedes permanece até o Grupo VI e Edna até o Grupo X.
Márcia Della Negra relata o histórico desse impulso que teve início em 1976 na Europa e vai até 2013, ano em que a Formação completa 21 anos.
Finda essa parte temos o depoimento de Rosa Angela Schoenmaker, sobre seu caminho dentro do impulso biográfico, participação no Grupo I da Formação Biográfica e docente da Escola de São Paulo. Rosa, faz, também, um relato sobre a Associação Biográfica da qual foi vice-presidente, quando Gudrun era presidente e posteriormente como presidente. Em capítulo posterior Rosa apresenta Um diálogo com a metodologia de Gudrun e Daniel Burkhard. Nos fala sobre a importância do espaço físico, anímico e espiritual, o caminho interior.
Ronaldo Perlatto, descreve o momento presente, referindo-se aos 21 anos da Formação no Brasil, a criação das escolas de Minas, em Juiz de Fora, e a de Santa Catarina em Florianópolis. Apresenta a estrutura do Curso da ELEB-SP, Escola Livre de Estudos Biográficos de São Paulo, complementando com fotos dos grupos de I a XIV.
Neste capítulo, Ronaldo escreve sobre a criação em 2013 do Fórum Brasileiro das Escolas de Formação em Aconselhamento Biográfico, com uma foto ilustrativa desse momento. Em capítulo posterior, Ronaldo nos apresenta o ITF- International Trainers Forum, que congrega representantes das Escola e Cursos ligados ao impulso Biográfico em diversos países da Europa, América, Japão e outros locais.
Angélica Justo apresenta e Escola de Minas da qual é Gestora em parceria com Berenice von Ruckert, na ocasião. Fotos dos Grupos de I a IV ilustram esse capítulo.
Coube a Mercedes Gamba apresentar a Escola de Florianópolis, histórico e estrutura bem como fotos dos Grupos de I e II e do Corpo Docente.
Amparo Del Moral nos dá a conhecer atividades que derivam do Trabalho Biográfico e descreve o processo da Dramaterapia.
O tema A biografia por meio da música foi criado e é apresentado por Mechthild Vargas (Meca). Uma inovadora contribuição para olharmos nossas biografias.
Gudrun, fecha essa coletânea falando sobre o papel das lendas no Processo Biográfico, destacando A Lenda de Tobias, como exemplo.
O livro se encerra com um relato biográfico de Gudrun, em que ela revela que mudar para Florianópolis com um desejo de aposentadoria, se transformou em um novo e frutífero momento de vida, onde novas iniciativas encontraram abrigo e um espaço de inovação e expansão.
Para mim, Márcia Della Negra, que entrei nessa corrente em 1994, realizar essa resenha me traz um sentimento de gratidão ao carma que me conduziu a Antroposofia.
Para mim, Ronaldo Perlatto, rever os fatos aqui relatados me remete a muitos encontros e momentos desta história, uma boa parte compartilhada com a Márcia Della Negra.
Tantas pessoas, encontros, conteúdos, estudos, desafios, sofrimentos, alegrias, dúvidas, perdas, ganhos, biografias, permitiram que minha vida fosse mais rica em tudo o que forma e transforma um ser em verdadeiramente humano.
Como diz o Poeta: Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Marcia Grechi Della Negra Psicóloga, Aconselhadora Biográfica, Gestora e Docente da Escola Livre de Estudos Biográficos – SP
Ronaldo José de Lima Perlatto – Médico Antroposófico, Aconselhador Biográfico, fundador e gestor da Escola Livre de Estudos Biográficos – SP
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