Novos caminhos de alimentação 1, 2, 3 e 4

Como o nome mesmo já diz é exatamente sobre isso que o livro fala: novos caminhos de alimentação. Não só no sentido físico – que aliás, dra. Gudrun, por também ter sido médica, faz muito bem – mas nos sentidos anímico e espiritual também.

Eu encontrei essa coleção quando estava escrevendo o livro do Natal (Coleção Estações Biográficas – Verão) e queria ter mais informações sobre a ceia natalina numa perspectiva antroposófica. No volume 4 ela nos dá ideia de alimentos adequados para a celebração das festas anuais tanto para o físico, quanto para o anímico e espiritual.

Aliás, esse é outro ponto alto dessa coleção: trazer conceitos antroposóficos profundos de forma simples e exequível. A alimentação é uma prática diária que nos constitui nesses três níveis e, por isso, é tão importante pensar sobre ela e mudar algumas práticas. Inclusive, o volume 3 fala sobre a alimentação em diferentes situações de vida e idades. Conforme a gente muda, nosso apetite muda, conforme a gente cresce e envelhece também, bem como as necessidades dos nossos corpos. Compreender que tão importante quanto o alimento em si é também o solo onde ele foi plantado, por quem, como foi colhido, preparado e servido faz parte dessa leitura. Nossa alimentação vem mudando muito ao longo dos anos e isso nos transforma como Seres Humanos: precisamos estar atentos.

Há uma parte bem prática também, dizendo o que é bom para quem e quando, como preparar alimentos e receitas. Uma coleção bem completa que vale a pena ler e reler, além de consultar nos diferentes períodos da vida.

Na pandemia mudei de cidade e passei a levar uma vida mais isolada, uma vida bucólica, no interior. Sou paulista, de alma paulistana e vim parar no interior de Minas: tudo muito pacato. Sentia uma fome que não sabia exatamente do que. Aprendi a fazer milhares de receitas deliciosas e isso me preenchia, de certa forma. Trabalhei até a exaustão e tive 2 burnouts. Aprendi a trabalhar com mais ritmo, no entanto, a pandemia acabou e continuo vivendo essa vida mais isolada. Me dei conta de que o social me alimenta muito e do quanto sinto falta disso: era essa a minha fome! No volume 1 dra. Gudrun fala sobre isso também: “Quando não recebemos esse alimento espiritual, o nosso organismo tenta compensar ingerindo mais alimento substancial, pensando que daí colherá mais forças, quando na verdade deveríamos nos abrir para o cosmos, para o mundo e para as pessoas.”

São livros pra gente ler e praticar. Nos ajudam a nos compreender, compreender nossas relações e nossa biografia, através da alimentação, que como já disse, não é só física.

De que nos alimentamos ao longo de nossas vidas? Como nossa alimentação nos transforma? O que verdadeiramente nos alimenta? Temos fome de quê?

Amanda Rocha é paulista, com alma paulistana e coração mineiro. Psicóloga de formação pela PUC-SP, psicopedagoga pela UEMG, trabalhou como professora Waldorf – ajudando a fundar e sendo tutora da primeira turma de Ensino Médio de MInas Gerais – formou-se em Educação Terapêutica e ajudou a criar o PDIP (Plano de Desenvolvimento Individual Pedagógico). Atualmente trabalha como Aconselhadora Biográfica online (@pontosdevirada), dando cursos de formação e capacitação em Antroposofia.